A urticária crônica induzível (CIndU) representa um grupo de doenças desafiadoras, caracterizadas pelo surgimento recorrente de urticas e/ou angioedema desencadeados por fatores específicos. Estes estímulos podem ser fricção, pressão, frio, calor, exposição solar, vibração, suor e contato com substâncias urticariogênicas, tornando o diagnóstico e o manejo clínico complexos.
O artigo New Insights into Chronic Inducible Urticaria, publicado no Current Allergy and Asthma Reports, apresenta avanços significativos na compreensão da fisiopatologia, diagnóstico e abordagens terapêuticas da CIndU.
Estudos recentes sugerem que a ativação dos mastócitos e a liberação de histamina e outros mediadores inflamatórios desempenham um papel central no desenvolvimento da CIndU. Além disso, novas evidências apontam que a hiperexpressão do receptor de IgE (FcεRI) nos basófilos pode estar relacionada à maior predisposição para a doença.
Dermografismo Sintomático – Aparece após atrito na pele, como esfregar ou coçar.
Urticária de Pressão Tardia – Desenvolve-se horas após pressão prolongada na pele.
Urticária ao Frio – Induzida por exposição ao frio, podendo evoluir para anafilaxia em casos graves.
Urticária Solar – Resposta a exposição à luz solar ou radiação UV.
Urticária ao Calor – Desencadeada por contato com superfícies quentes.
Angioedema Vibratório – Resulta de exposição à vibração, podendo ser hereditário ou adquirido.
Urticária Colinérgica – Relacionada ao aumento da temperatura corporal, como em exercícios físicos.
Urticária de Contato – Surge após contato direto com substâncias desencadeante.
Urticária Aquagênica – Rara, ocorre após contato com água, independentemente da temperatura.
A padronização de testes de provocação permite a identificação do subtipo específico de CIndU. Além disso, novos biomarcadores sorológicos e testes de ativação basofílica estão sendo investigados para facilitar o diagnóstico e melhorar o controle da doença.
O tratamento de primeira linha da CIndU ainda consiste no uso de anti-histamínicos H1 de segunda geração, mas muitos pacientes permanecem sintomáticos. Estudos recentes indicam que o omalizumabe, um anticorpo monoclonal anti-IgE, pode ser eficaz nos casos refratários. Além disso, novos tratamentos experimentais estão sendo desenvolvidos, incluindo:
✔ Inibidores da tirosina quinase de Bruton (BTK) – Bloqueiam a ativação dos mastócito.
✔ Anticorpos contra IL-4 e IL-13 (Dupilumabe) – Já utilizados em outras doenças atópicas, mostraram melhora em alguns casos de CIndU.
✔ Antagonistas do receptor de histamina H4 – Com potencial para reduzir a inflamação crônica associada à urticária.
A urticária crônica induzível pode afetar drasticamente a qualidade de vida dos pacientes, tornando-se um desafio no manejo clínico. O avanço na compreensão da fisiopatologia e novas abordagens terapêuticas oferecem esperança para um tratamento mais eficaz e personalizado.
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